A Vingança! Capítulo 10: Revelações!
Hao e Katsumo aproximam-se da arena. Chegados lá, fazem uma ligeira vénia um ao outro, em sinal de respeito. Colocam-se em posição de combate. Katsumo começa a aproximar-se lentamente de Hao, para entrar na linha de alcance deste. De repente, Katsumo começa uma combinação de pontapés e socos a curta distância, enquanto Hao movimenta-se de modo a evitar todos os golpes, a defender-se e a deflecti-los. Hao sorri:
- Nada mau! Estás concentrado no ataque e não na defesa!
Katsumo por sua vez não o ouve. Continua determinado a atacar, lançando as suas fúteis combinações. Por cada golpe que Katsumo tenta infligir, Hao riposta, dando um golpe em retorno, mas sem o magoar demasiado. Hao dá um salto para trás e declara:
- Estás a ver Katsumo? Atacas muito rápido, mas deixas muitas aberturas!
Infelizmente, Katsumo parecia determinado a não escutar. Continuava a tentar atingir o seu adversário, com as suas séries de golpes, muito rápidas. A dada altura, ele tenta dar um pontapé alto, mas é interceptado pelo Hao, que riposta com um pontapé baixo na outra perna de Katsumo, fazendo-o desequilibrar-se.
Hao aplica-lhe um soco na barriga empurrando o adversário com o impacto, pressionando Katsumo contra o chão. O impacto causou um enorme estrondo! O chão da arena ficou marcado, com o corpo de Katsumo! Este ficou completamente K.O.
O árbitro fez a contagem…
- E temos um vencedor! Hao Fang, de Hong Kong! Passo a palavra a X, que está encarregue de entregar o troféu e o prémio! – exclama o árbitro, perante ovações do público, que estavam muito impressionados com o combate!
Shinta levanta-se. Pegando no troféu, uma bonita estátua banhada a ouro, aproxima-se lentamente do palco. Tirando a máscara, afirma pomposo:
- Parabéns Hao Fang! Aqui está o teu prémio! Um cheque no valor de 2 milhões de euros!
Hao pega no cheque e sorri. Depois de fazer uma vénia, pergunta:
- E o troféu?
Shinta começa-se a rir!
- Mwa ah ah ah! Achas mesmo, Hao Fang, que és o melhor lutador do Mundo? Eu desafio-te a provar isso mesmo! Aqui e agora! En guarde!
- Mas…! Este combate…não está previsto! – reclama o árbitro, indignado.
Shinta perde as estribeiras e responde:
- Ora, desaparece da minha vista!
Hao Fang vira-se para o público e em voz séria, afirma:
- Por favor, saiam todos daqui! X vai começar a ferir toda a gente e as armas não serão eficazes contra ele! Saiam todos antes que seja tarde!
O público começa a correr, confuso, com muita gente aos berros e a gritar. Shinta começa a lançar ataques contra as pessoas que por ali estavam, provocando ainda mais pânico. Não tardou muito que só ficassem Shinta, Katsumo e Hao, por ali.
- Excelente! Assim está muito melhor! Proponho que o nosso combate seja noutro local, onde possamos combater à vontade! Quero derrotar-vos aos dois! – declara Shinta, completamente alucinado!
- Mas…! Quem és tu? – pergunta Katsumo, incrédulo.
- Já lá vamos! Agora, acompanha-nos! – responde Shinta.
E assim, os três guerreiros partem para uma zona à beira mar, completamente isolada. Ao chegarem ao local…
- “Que estranho! Este lugar faz-me lembrar algo! Mas o quê?” – pergunta-se Katsumo.
- Muito bem! Chegou a hora de sabermos qual de nós é o mais forte! Duplico o prémio que te dei! Se ganharem, recebem 4 milhões de euros e o troféu! Se perderem, aceitam ser meus escravos!
Hao suspira e fecha os olhos. Como Katsumo ia para responder, ele coloca uma mão sobre a boca dele e pergunta:
- Ora bem. X, antes de mais, chega de segredos. Quem és tu? Porque queres vingar-te do Katsumo? E esta estranha presença…!
Shinta vira-se para ele e começa a bater palmas! Sorrindo cordialmente, responde:
- Parabéns Hao! Vejo que continuas atento a tudo, como sempre! Mwa ah ah ah! Queres respostas? Prepara-te para o combate então!
O clima altera-se rapidamente. O céu ficou coberto de nuvens que reflectiam o pôr-do-sol. A atmosfera começou a ficar cada vez mais carregada e a dada altura, um trovão dá início a uma chuva torrencial!
- Até os céus têm pena de vocês os dois! Os anjos já choram a vossa morte! Mwa ah ah ah ah! – afirma Shinta.
Hao aproxima-se de Katsumo. Olha para ele e diz:
- Tem muito cuidado! Ele vai usar todo o seu poder contra nós!
Olhando para Shinta, Hao responde:
- És muito convencido, X! Isso é meio caminho para a derrota!
Hao vira-se para Katsumo e diz:
- Começo eu! Não te metas neste combate, ouviste?
Shinta e Hao começam a avaliar-se, numa tentativa de descobrirem um ponto fraco no oponente e darem o primeiro golpe. Após alguns segundos em silêncio, o combate começa!
Hao lança-se veloz contra o seu oponente, esperando que o seu adversário reaja, mas Shinta não reage a nada! Hao salta e lança um poderoso soco na face de Shinta! Uma vez mais, Shinta não reage, perante o olhar incrédulo de Hao! Shinta ri-se divertido e diz:
- Só isso?
Hao decide lançar-se novamente ao ataque. Desta vez, pontapeia Shinta directamente nas pernas, a ver se este perde o equilíbrio. Shinta volta a não mostrar dor. Hao, admirado, salta para trás, em posição de defesa. Shinta sorri malévolo e afirma:
- Deixa-me mostrar-te como se faz!
Shinta dá um súbito salto na direcção de Hao, a grande velocidade, até levantando pó. Repete os movimentos que Hao lhe infligiu, dando um soco na cara de Hao e pontapeando-o nas pernas em seguida, fazendo-o dar duas piruetas no ar. Quando Hao se levanta, atordoado e incrédulo, o seu rosto estava manchado de sangue: partira o nariz. Olha para a mão, espantado. Distraído com o que lhe estava a acontecer, não se apercebe que Shinta tinha partido novamente para o ataque. Shinta dá-lhe um poderoso soco na barriga, Hao fica agarrado à barriga, cheio de dores e a tossir.
Não aguentando as dores, coloca-se de joelhos a tossir, com os braços envoltos na barriga. Shinta volta para a sua posição inicial, a rir-se. Hao nunca imaginara que pudesse existir alguém tão poderoso! Este adversário iria fazê-lo revelar todos os seus poderes e técnicas que adquiriu ao longo do seu treino! Ele levanta-se, respira profundamente, concentrando-se ao máximo, disposto a dar tudo por tudo! Colocando-se numa nova posição, um Arqueiro Ancestral!
Shinta olha para ele e ri-se da nova posição de combate. Hao parte nesse mesmo instante a grande velocidade, salta no ar e aplica-lhe um pontapé em cheio no peito, fazendo Shinta desequilibrar-se para trás. Mal Hao põe os pés no chão, dá-lhe um soco na barriga. Não contente com isso, aplica-lhe um pontapé na face, fazendo Shinta enterrar a cara no chão. Shinta fica surpreendido e o sorriso rapidamente se torna um esgar. Shinta levanta-se e, raivoso, tenta dar um soco ao Hao. Este esquiva-se e dá-lhe uma cotovelada, seguida de um pontapé, no peito. Com o outro pé, dá-lhe um pontapé rotativo na cara, enterrando-o novamente no chão! Shinta levanta-se, desta vez concentrado completamente no Hao.
- Nada mau…não te desembaraças nada mal…Está na hora de passarmos a coisas sérias!
Shinta lança-se de encontro ao Hao, simulando um pontapé, iludindo a defesa de Hao e dando-lhe um soco na cara, seguido por um pontapé no pescoço, a grande velocidade. Hao fica atordoado com o impacto. Shinta agarra-o pelo cachaço e atira-o contra um rochedo! Hao começa a ficar cansado! Ofegante, pensa:
- “Possa…! Ele é incrível! Além de tudo o que já fizemos, ainda consegue contra-atacar, mesmo debaixo destas condições!”
Shinta ri-se levemente, pensando:
- “Ele ainda não me reconheceu! Assim como o Katsumo! Está espantado por eu conseguir ripostar os seus golpes!”
Shinta recorda o seu passado. Depois de ter deixado o dojo onde treinava com o velho mestre e Katsumo, ele tenta encontrar um rumo para a sua vida. A derrota contra Katsumo consumia-lhe todos os dias um pouco da alma e do coração…
*Hong Kong, há muitos anos atrás…*
- Iáááááhhh! Hum! Hummm! – Shinta treinava ávido numa floresta. Tinha deixado o Japão em busca de respostas e encontrava-se ali, em Hong Kong, a treinar. Todos os dias a dúvida atormentava-o:
- Porquê? Porque perdi? Porquê?
Shinta começou a chorar. Era demasiado para ele. Sentia-se frustrado e enraivecido por não encontrar a resposta que procurava. Começou a chover torrencialmente, mas ele prosseguiu o seu treino.
De repente…uma torrente de lama começou a jorrar do alto da colina! Ao ver aquilo, Shinta começou a correr o mais que pôde e enfiou-se numa gruta que encontrou pelo caminho!
- Foi mesmo a tempo! – suspirou Shinta, alagado em suor.
Sentando-se a descansar um pouco, depressa se apercebeu que aquela gruta era maior do que aparentava à primeira vista. Curioso, decidiu começar a explorá-la. Avançou conforme podia. O buraco era escuro e íngreme, mas a gruta possuía um pouco de luz, fruto dos minérios fluorescentes que tinha e isso ajudava-o a avançar, ainda que lentamente. Perdeu a conta do tempo que andou.
Já estava a ficar esgotado, quando foi dar a uma grande clareira, com um pequeno lago ao centro. Uma estranha construção reflectia-se no lago. Dando a volta a este, Shinta aproximou-se do local. Deparou-se com estranhos caracteres numa linguagem que ele desconhecia. O edifício não era grande, mas estava bem conservado. Parecia ser um pequeno santuário.
Empurrando as portas de pedra, entrou.
Dentro do santuário, estava tudo muito escuro e aparentava estar vazio. Depois de estar habituado à escuridão, Shinta avança a tactear, perguntando-se que faria ali um santuário…
O chão mudou de repente. Deixou de ser pedra para passar a ser madeira. Devia ser um alçapão! Estava ele prestes a abrir o mesmo quando este se desfaz e Shinta cai num buraco. Assustado, berra o mais que pode, mas estava muitos metros debaixo do solo. Após alguns segundos que levaram uma eternidade, Shinta tocou o solo. Com o impacto da queda, desmaiou.
Quando acorda, Shinta pensa estar a sonhar! Estava numa sala muito bonita! A sala estava repleta de tesouros! Uma grande estátua de um estranho homem com 10 braços brilhava bem no centro da sala! Devia ser de ouro! À sua volta, pilhas e pilhas de ouro, pérolas, moedas, coroas, algumas espadas cravejadas com rubis e safiras…era lindo!
Ao lado da estátua estava uma arca. Presumindo que dentro da arca houvesse mais tesouros, Shinta, ávido de cobiça, aproxima-se. Abre a arca e descobre uma urna selada. Uns estranhos caracteres, muito idênticos aos que estavam na porta do santuário, cobriam a tampa da urna. Assoprando para tirar o pó da urna, Shinta puxa a tampa e abre a urna. Devido ao pó, começa a tossir.
- Cof, cof, cof!
- Nada mal miúdo!! – responde uma voz.
Shinta vira-se para todos os lados! Que voz tão fria! Cheio de medo, pergunta:
- O quê? Quem está aí?
- O meu nome não interessa! Ouvi-te vezes sem conta, Shinta! Decidi oferecer-te a minha ajuda…em troca, apenas te peço uma coisa!!
Shinta encosta a urna ao seu peito e aproxima-se da estátua, como se procurasse proteger-se daquela voz. Insistiu:
- Quem és tu? Onde estás? Ouço-te falar mas não te vejo!
A estranha voz riu-se. O riso era glaciar e causava arrepios a Shinta!
- Dizes…que me podes ajudar…! Em quê? – pergunta Shinta.
- Eu sei que o teu maior desejo é seres o mais forte do Mundo, não é verdade, Shinta?
Este mostra-se surpreendido! Como era possível?
- Eu sei tudo sobre ti, Shinta! Sei que queres vencer o Katsumo! É o teu maior desejo! Tens treinado duramente, mas não tens evoluído nada! No fundo…sabes que és um falhado! Mwa wa wa wa!!!
Irritado, Shinta responde:
- Cala-te! Cala-te maldito! Eu estou mais forte!
A voz finge-se surpreendida e diz:
- A sério? Então…toma!!!
Uma poderosa rajada de vento glaciar varre aquela sala e empurra Shinta contra uma das paredes com toda a força. Shinta começa a berrar e a gritar, cheio de dores:
- Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
A misteriosa voz ri-se demoniacamente. Pareciam 100 risadas ao mesmo tempo!
- Gostaste Shinta? Queres mais? Mwa wa wa wa wa wa!
- Nem penses que vou desistir, seu maldito! Mostra-te! – responde ele, começando a perder as forças.
A voz lança um poderoso e mortífero ataque. Shinta cai de imediato, derrubado por uma mão invisível…
[Continua…]
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